“JESUS NÃO AMEAÇA NEM CONDENA, MAS APONTA PARA O REINO DE
DEUS”
“O REINO DE DEUS É GRAÇA, MISERICÓRDIA E PERDÃO”.
Dedo de Deus (Teresópolis e Magé - RJ)
Mulher de Pedra (Teresópolis - RJ)
COMO MARIA FOI
PROCLAMADA A “MÃE DE DEUS”?
Aqui também a data definitiva é 381,
quando o imperador romano Teodósio invoca Maria sob o nome de ‘mãe de Deus’, um
nome tradicionalmente reservado à deusa Cibele. É verdade que a devoção a Isis
ainda resiste por diversos séculos, mas quando o imperador Justiniano, em 560,
manda fechar o último templo dedicado a Isis, um ciclo histórico chega ao fim.
6. Os bispos demoram a perceber a força da religião popular O que impressiona é
que os bispos demoram em perceber a importância de toda essa movimentação no âmbito
da religiosidade popular. Eles pensam em outras coisas. Mas, quando eles se
reúnem em Niceia (325), na residência de verão do imperador Constantino, para
sua primeira grande assembleia geral, eles percebem que não há mais como fugir
da realidade: quem toma conta de Cristo e de Maria é o povo. É a pressão da
religiosidade popular que empurra os bispos a reconhecer a relação entre
devoção e problemas que afetam as pessoas pobres (doença, marginalização,
penúria, morte). Os sinais são por demais visíveis: Hércules cede diante de São
Miguel nas artes da guerra e Apolo diante de São Sebastião na luta contra a
peste. Então, é antes por considerações pragmáticas que os bispos aceitam o
protagonismo da religiosidade popular na configuração histórica da instituição
cristã. Como estão convencidos de que precisam manter as rédeas do movimento em
mãos, eles se preocupam em apresentar aos fiéis imagens de Jesus e Maria que
não entrem em choque com a fé do povo. Entre os séculos IV e VI, por exemplo,
eles se reúnem reiteradas vezes para chegar a um acordo sobre como apresentar
melhor a figura de Cristo ao povo. Sua principal dificuldade parece ter sido a
aceitação da denominação ‘mãe de Deus’, que o povo teima em atribuir a Maria. A
expressão lhes soa mal, já que na época designa a deusa pagã Cibele. Temos de
esperar até a assembleia episcopal de Éfeso, em pleno século V (431), para
encontrar um documento que aceite a formulação ‘Maria mãe de Deus’. Os bispos
hesitam, pois não encontra no novo testamento nenhum indício do lugar tão
proeminente de Maria na história de Jesus. Mas os devotos de Maria não deixam
por menos e exercem uma pressão considerável sobre a assembleia de Éfeso, como
comprovam documentos da época. Finalmente, por considerações antes políticas
que propriamente evangélicas, os bispos acabam chegando a um acordo acerca da
devoção a Maria. Já está na hora. Se não aceitam as expressões da fé popular,
os bispos arriscam perder o chão em baixo dos pés e isolar-se de seus próprios
fiéis. Isso significa que a sobrevivência da instituição eclesiástica depende
da aceitação popular.
CONCRETAMENTE, QUAL A RAZÃO PORQUE AS PESSOAS, A PARTIR DO
SÉCULO II, COMEÇARAM A PREFERIR CRISTO A ASCLÉPIO E MARIA A ISIS?
A resposta que se impõe é a seguinte: o
movimento cristão consegue articular, dentro da sociedade romana, uma rede
associativa de socorro a prementes necessidades humanas e nisso se mostra mais
eficiente que as tradicionais iniciativas tomadas em nome de Asclépio ou Isis.
Cristo e Maria são mais ‘eficientes’ que Asclépio e Isis. Essa maior eficiência
provém do fato que o movimento cristão cava mais fundo nos pressupostos da
desigualdade social existente no império romano. Em seu texto ‘A antiguidade
tardia’ (que faz parte do livro ‘História da vida privada’, editado pela
Companhia das Letras de São Paulo em 1990), o historiador irlandês Peter Brown
descreve em pormenores de que modo a sociedade romana é fundamentada no
postulado de um inexorável e intransponível distanciamento social entre os
‘bem-nascidos’ e seus inferiores (na maioria escravos). É aqui que se percebe a
radical novidade do cristianismo, que parte do pressuposto contrário: somos
todos iguais diante de Deus. Mais ainda: Deus prefere os pobres, como fica
claro nos textos do novo testamento. Essas ideias têm enorme influência pelo
fato de que as primeiras gerações cristãs vivem em contato direto com
categorias sociais marginalizadas, onde violência, injustiça e mesmo suicídio
(por desespero) são tristes ocorrências da vida diária. Tendo uma comunidade cristã
por perto, os pobres sabem por onde se dirigir em suas necessidades de saúde,
maternidade, educação dos órfãos, amparo às viúvas, cuidados com os mais
velhos, atendimento aos presos, sepultamento digno. A montagem de uma estrutura
para socorrer pessoas humildes em suas prementes necessidades, submergida nos
subterrâneos da história, constitui, pois, a real novidade do cristianismo
emergente, da qual as manifestações de religiosidade popular são a expressão
visível. As vitórias simbólicas de Cristo e de Maria são na realidade vitórias
do povo analfabeto na sua luta por dignidade e bem-estar. O mais impressionante
é que esse movimento consegue introduzir a figura de Maria, que não encontra
muito realce nos textos do novo testamento, na intimidade do próprio Deus. Ela
sobe ao céu, é acolhida pela santíssima trindade e fica sentada no trono, como
rainha do céu e da terra. 8. No mundo dos símbolos, nenhuma vitória é
definitiva O tipo de análise que fazemos aqui evita um erro comum na
interpretação do cristianismo das origens. Quem afirma que os primeiros
cristãos, os anônimos, lutavam contra o paganismo, está equivocado. Pode ser
que os bispos estivessem engajados numa luta desse tipo, mas os cristãos
anônimos não. Eles não lutavam especificamente contra o paganismo, mas sim
contra os males que afligiam a vida humana. Era uma luta positiva a favor da
vida, da saúde, da dignidade. É perfeitamente compreensível que os atendentes
nos templos de Asclépio estivessem tão empenhados em lutar pela saúde de seus
pacientes que seus colegas cristãos. Assim, no fundo, não há incompatibilidade entre Cristo e Asclépio.
Só que Cristo, pelo menos a partir do século II, se mostra mais eficiente. Mas
isso não significa que possamos rasgar os longos séculos do paganismo das
páginas da história. Os longos séculos, em que pessoas cuidavam de doentes por
devoção ao deus Asclépio, foram sucedidos por outros séculos (cristãos) em que
pessoas, igualmente empenhadas na luta contra a doença, invocavam a Cristo. Os
séculos em que mulheres parteiras se empenharam na luta contra a mortalidade
materna em nome de Isis, foram seguidos por séculos em que se fez esse mesmo
empenho em nome de Maria, nas maternidades cristãs. Acontece que, no universo
dos símbolos, nada é definitivo. (Texto de Pe Eduardo).
Nosso Grupo de Oração NªSª do Amor Divino
Missa em ação de Graças pelos 12 anos do grupo em 2012.
Um dia ele voltará...
Não importa a Nação, Jesus é para todos!
Montanha do DEDO DE DEUS, na Serra dos Orgãos, em Teresópolis minha terra abençoada!
Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido. Porque tudo que dissestes às escuras será ouvido em plena luz; e o que dissestes aos ouvidos no interior da casa será proclamado dos eirados." Lucas 12:2,3
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